re.green

Empresa criada em 2021 por grande investidores e pesquisadores em restauração ecológica com o objetivo de restaurar 1 milhão de hectares de áreas degradadas na Mata Atlântica e na Amazônia ao longo de 12 anos. É um dos projetos mais ambiciosos no gênero em nível global. A re.green vem adquirindo terras, a serem convertidas em unidades de conservação, e promove a regeneração de reservas públicas e terras privadas, com vista na comercialização de créditos de carbono de alta qualidade. Sua meta é capturar 15 milhões de toneladas de CO2 por ano. O projeto também deverá produzir madeira nativa certificada e outros produtos florestais.

Até maio de 2024 a empresa já operava em 25 mil hectares em cinco propriedades, três no sul da Bahia, em área de Mata Atlântica, uma em Maracaçumé/ MA e uma em Paragominas/PA, no bioma amazônico. 

Em algumas delas, a estratégia é combinar silvicultura de madeira nativa com projetos de carbono. A empresa afirma que é uma forma de tornar financeiramente viável a restauração em larga escala em locais onde o preço da terra é elevado. Nesse caso, é feito um ciclo de colheita da madeira e, depois, a restauração completa do local com espécies nativas.

O Estado de S. Paulo, maio de 2024

Em janeiro de 2025 a empresa anunciou sua primeira parceria rural, um acordo para restaurar 600 hectares da Fazenda Roncador, do grupo Agro Penido, em Querência/MT.

Tecnologia

Um dos seus diferenciais é a modelagem e otimização espacial, que ajudará a definir as terras a restaurar, com foco na formação de corredores ecológicos, e os modelos mais eficientes de regeneração.

“Para você ter uma ideia, um de nossos sócios e fundadores [Ricardo Rodrigues, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz da Universidade de São Paulo] é titular da cadeira de restauração ecológica na USP. Ele é um cara que está há 20, 30 anos trabalhando nesse meio, que desenvolveu diversas técnicas e metodologias de restauração, e na vida toda ele restaurou 30 mil hectares. Então queremos restaurar, em um ano, o que esse nosso sócio restaurou em três décadas. Então é [um objetivo] muito grandioso. E isso anima muito”, revela Thiago Picolo, co-CEO da re.green. […]

“A gente até usa um termo que é ‘restauração cinco estrelas’, que é o padrão mais alto. Estamos falando de uma restauração somente com espécies nativas, com um nível de biodiversidade comparável ao de uma floresta primária, além de uma promoção muito grande da fauna, suportando a existência de animais que também são nativos. Em um horizonte de 30 anos, é uma restauração completa, com a floresta em estado de equilíbrio, em que seja praticamente impossível apontar uma diferença entre essa floresta restaurada e uma floresta nativa”, garante Picolo.

Um Só Planeta, junho de 2022

Em abril de 2024, a empresa já havia testado seu modelo em duas fazendas na Bahia, utilizando mais de 80 espécies, produzidas em viveiro próprio.

Investimos em pesquisa e desenvolvimento para detectar momentos de estiagem, de incêndio… Entender de forma antecipada é importante para adequar nossos modelos de restauração para cada região. […]

Depois fazemos protocolos para podas e intervenções pontuais para maximizar o crescimento da madeira. E tem pesquisas de como fazer a mistura de árvores nativas e as chamadas “espécies de carbono”, que são árvores de crescimento rápido que criam sombreamento para o restante da floresta.

Fast Company, abril de 2024

As duas espécies [jequitibá-rosa e jatobá] foram escolhidas porque se desenvolvem mais depressa, entre 20 e 25 anos podem ser abatidas. A título de comparação, a peroba leva 60 anos para chegar ao mesmo estágio. Não se trata de monocultura, mas de florestas com diversidade.

O Globo, junho de 2023

Em novembro de 2024 a empresa anunciou uma parceria com a Conservação Internacional para dar escala à restauração no país, sobretudo no Extremo Sul da Bahia, onde a entidade atua há mais de 30 anos.

Viveiro Bioflora

Originalmente fundado em 1998, e adquirido pela re.green em 2021. Ele é um dos maiores viveiros em operação no estado de São Paulo, com uma produção anual 2,5 milhões de mudas e planos de chegar a 10 milhões. A unidade é fornecedora dos projetos da re.green e seus parceiros.

O viveiro também promove a coleta de sementes e realiza cursos de capacitação.

Em 2015, o Viveiro Bioflora conseguiu financiamento da FAPESP por meio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) para criar e comparar metodologias de restauração, avaliando sua eficácia a partir dos custos de operação e do potencial de regeneração de áreas floresta

Recursos financeiros

Até agora, os recursos utilizados para conduzir o projeto foram levantados junto a cinco investidores. Lanx Capital, BW Capital, Gávea, Principia Capital e Dynamo aportaram R$ 390 milhões em uma série A. 

Infomoney, outubro de 2023
  • No início de 2024 a startup fechou um financiamento de R$ 186,7 milhões com o BNDES, via Finem e Fundo Clima para restaurar mais de 12 mil hectares na Amazônia e na Mata Atlântica. Parte desses recursos correspondem ao programa Arco da Restauração.
  • Em maio de 2024 a re.green fechou um acordo com a Microsoft, que vai comprar 3 milhões de toneladas de créditos ao longo de 15 anos. Ele foi ampliado em janeiro de 2025, com a compra de outros 3,5 milhões de créditos.

Saiba mais

Localização:

Praça Santos Dumont, 70 - 4° Andar - Gávea, Rio de Janeiro - RJ

Telefone:

(21) 3819-2166

E-mail:

atendimento@re.green

Espécies com que trabalham:

jequitibá-rosa, jatobá