Universidade Federal de Santa Catarina/ UFSC

Pesquisadores e estudantes da UFSC desenvolvem vários projetos de restauração ecológica:

Centro Reforma

A UFSC inaugurou em 2024 um centro de pesquisa e um viveiro de produção de mudas e sementes que serão usadas para promover a restauração de 302 hectares. A iniciativa também vai oferecer capacitação em restauração ecológica, inclusive para coleta e beneficiamento de sementes e produção de mudas.

A restauração em áreas de Floresta de Araucária será dividida entre 92 hectares no Parque Estadual Rio Canoas, no município de Campos Novos, região do Meio Oeste Catarinense, e 210 hectares no Assentamento de Reforma Agrária Índio Galdino, nos municípios de Curitibanos e Frei Rogério, no Planalto Serrano. O viveiro, a ser implantado no Assentamento Índio Galdino, terá capacidade anual de geração de 50 mil mudas de espécies nativas.

O projeto, iniciado em 2021, foi idealizado por professores do Centro de Ciências Rurais, do campus de Curitibanos, e conta com recursos do BNDES. Ele tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu).

Restaura Restinga

Projeto vinculada ao Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação (Leimac). Ele visa prover diretrizes para a restauração da vegetação de dunas frontais como forma de aumentar a resiliência de ecossistemas costeiros a eventos climáticos extremos.

A iniciativa, conduzida por estudantes, está promovendo a restauração de dunas da Praia da Joaquina, em Florianópolis. Ela envolve a coleta de sementes de espécies de restinga e preparação de mudas, etapa realizada entre setembro de 2022 e junho de 2023. As mudas são produzidas do Viveiro de Mudas da Mata Atlântica, administrado pelo governo municipal no Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri. O plantio está previsto para outubro de 2023.

A estudante Laís Stein conta que a praia da Joaquina faz parte do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, uma unidade de conservação de Florianópolis. Nesse mesmo lugar, entre 1960 e 1970, não se sabe a data ao certo, foi plantada uma espécie de eucalipto, com o objetivo de contenção das dunas. Porém, não é uma espécie típica da Restinga. “Além de ser uma espécie exótica com potencial invasor numa unidade de conservação, o que não é permitido por lei, ele também não cumpre o papel de contenção das dunas e descaracteriza toda a paisagem da Restinga”, afirma Laís. Com isso foi necessário tirar os eucaliptos da unidade de conservação. A estudante explica que eles levarão mudas nativas para a área, que serão plantadas no lugar dos eucaliptos. 

UFSC, agosto de 2023

Pesquisadores, estudantes e voluntários também removeram 420 mil pinheiros de praias e parques de Florianópolis desde 2010, com apoio do Instituto Hórus.

Barcelos/AM

Bernardo Flores, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, está desenvolvendo um estudo sobre a restauração de igapós na Bacia do Rio Negro. Pelo menos 4.300 árvores nativas localmente foram plantadas em áreas frequentemente inundadas no município amazonense.

O trabalho nos igapós do Rio Negro, principal afluente do Rio Amazonas, foi documentado em parceria com a professora Milena Holmgren, da Universidade de Wageningen, da Holanda, em 2021, no Journal of Ecology, e demonstra a complexidade de se recuperar um ambiente degradado e a importância da restauração dessas áreas.

UFSC, junho de 2024