Refloresta Rio

Iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro que deriva do Programa Mutirão Reflorestamento, lançado em 1987 para promover o plantio em encostas e manguezais por meio de plantio remunerado, coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e Clima, em parceria com associações comunitárias.

A partir de 2024 o programa passou a empregar drones para promover semeadura aérea nas áreas a restaurar. Eles têm capacidade de lançar sementes em uma área de 50 hectares a cada dia. Este modelo também utiliza inteligência artificial para monitorar o crescimento das mudas. A Prefeitura, que tem apoio técnico da startup francesa Morfo, demonstrou o novo modelo numa ação no começo do ano no Parque Urbano Maciço da Preguiça.

Dessa forma, uma equipe com duas pessoas e um drone pode replantar 100 vezes mais rápido um campo do que se fossem utilizados os métodos tradicionais, de acordo com a prefeitura, em nota.

Na Serra da Posse, unidade de conservação de Mata Atlântica, em Campo Grande, serão plantadas 160 mil mudas de árvores. Nos últimos anos, já foram plantadas 62 mil mudas de mais de 100 espécies, ampliando a área de mata para 950 mil metros quadrados, equivalente a 95 campos de futebol.

Valor Econômico, janeiro de 2024

O programa Refloresta Rio emprega mudas dos viveiros municipais (Viveiro Municipal Florestal da Fazenda Modelo, o Horto Carlos Toledo Rizzini, o Horto Florestal de Guaratiba, o Viveiro Municipal de Produção de Mudas de Grumari), e dos viveiros de Campo Grande, Vila Isabel e Parque Royal).

A iniciativa também produz mudas de restinga para o projeto Eco Orla, que recupera áreas na Praia da Reserva, entre a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes.

Mutirão Reflorestamento

Em 33 anos, até o fim de 2019, o Programa Mutirão Reflorestamento plantou mais de 10 milhões de mudas em 3,4 hectares em 92 bairros, envolvendo seis viveiros, 15 mil moradores e 150 profissionais especializado (engenheiros florestais, agrônomos, biólogos, geógrafos e equipes de coleta de sementes dentre outros). A ação era voluntária e a prefeitura pagava uma bolsa-auxílio, na faixa de um salário mínimo, que seria a única fonte de renda de 60% das famílias. Uma pesquisa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente revelou que metade dos voluntários trabalharam no programa por mais de 10 anos.

Em novembro de 1986, o Morro do São José Operário, na Praça Seca, zona oeste do município do Rio de Janeiro, recebeu a primeira muda de Mata Atlântica. Este plantio pioneiro, que se multiplicou em 14.725 mudas, 12 hectares e 5 anos de trabalho no morro, é considerado o marco do que hoje é reconhecido como Programa de Reflorestamento. Ao longo dos 35 anos da iniciativa, celebrados neste mês, as ações de reflorestamento se espalharam para outros morros da cidade e foram além das encostas, para áreas de restinga e manguezal. De acordo com os dados da prefeitura do Rio,  mais de 10 milhões de mudas foram plantadas na recuperação de mais de 3,4 mil hectares.

O Eco, novembro de 2021

“É nítido o ganho com o enriquecimento das áreas, fruto de um longo aprendizado de erros e acertos que envolveu substituição de espécies exóticas, educação ambiental junto a agentes locais e ações contra incêndios e perda de áreas devido a ocupações irregulares”, ressalta [Débora] Barros [, subsecretária municipal de Meio Ambiente]. Segundo ela, além do retorno da fauna, melhorou o microclima e nascentes foram recuperadas. Agora, há perspectiva de benefício também econômico, por meio de projetos de Sistema Agroflorestal (SAF) e Pagamento por Serviço Ambiental (PSA), que aguardam regulamentação municipal.

Página 22, setembro de 2021

O Programa Mutirão Reflorestamento foi selecionado como referência pelo Projeto Megacidades, da ONU. Também foi escolhido como uma das 100 Experiências Brasileiras de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21, do Ministério do Meio Ambiente, e como um dos 20 melhores projetos no Concurso Gestão Pública e Cidadania, da Fundação Getúlio Vargas/Fundação Ford, ambos em 1997.

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