Há duas iniciativas de restauração em curso na unidade de conservação, fundamental por conectar alguns remanescentes de Mata Atlântica, formando uma das maiores faixas contínuas desse ecossistema no país.
A primeira é um projeto de sequestro de carbono lançado em maio de 2021 por uma parceria da Inicativa Verde e as Reservas Votarantim, que fornecerão mudas via Legado das Águas, e participação de uma segunda empresa, a Nexway Eficiência.
A unidade de conservação, administrada pela Fundação Florestal, tem uma área de aproximadamente 164 hectares com fragmentos de até 19 hectares que precisam ser restaurados, além de pontos onde será necessário enriquecer a floresta com maior diversidade de espécies.
A ação durará quatro anos. A primeira fase será por meio de um projeto piloto com duração de um mês e meio, em que será realizado um plantio de 5,3 mil mudas de espécies nativas em uma área de 3,3 hectares.
Posteriormente, serão aplicadas diferentes metodologias, como manejo, enriquecimento da floresta, plantio direto de mudas, semeadura de nativas e adubação verde, condução de regeneração, e, a partir das necessidades das áreas do parque, as técnicas que apresentarem melhores resultados serão usadas.
“Proporcionar a recomposição de áreas degradadas requer alguns cuidados, como a análise do entorno e a especificação da vegetação original do local, conhecida como bioma”, explica Maria Angelica Szymanski de Toledo, coordenadora do Centro de Biodiversidade do Legado das Águas e responsável técnica pelo projeto de reflorestamento. “Nossa equipe buscou em nosso viveiro de plantas nativas da Mata Atlântica, as espécies ideais para iniciar a recuperação da área mantendo a característica da vegetação. O plantio das árvores é uma das metodologias adotadas pela equipe para recuperação de florestas, proporcionando um primeiro recobrimento da área exposta”, argumenta Toledo. Além de crescer e sombrear o solo, preparando-o para o florescimento das próximas espécies, as árvores plantadas irão incentivar a visitação de animais, que por sua vez contribuem com mais sementes e diversidade para floresta. “A expectativa, no médio prazo, é que árvores maiores possam ser avistadas no local e, a longo prazo, a continuidade do ciclo, como novas mudas crescendo à sombra dessas árvores”, finaliza.
Reportagem no portal Segs, 31/5/2021
O segundo projeto na unidade de conservação está sendo desenvolvido pelo biólogo Claudio Martins Ferreira, que mantém um viveiro na sua Fazenda Meandros. Ele vem criando um corredor ecológico para conectar as áreas protegidas da propriedade com o parque. No início de 2022 ele plantou cerca de 1.800 mudas de Mata Atlântica em antigas áreas de pastagem, como parte desse projeto. O plantio contou com a participação de funcionários da fazenda e do Parque Jurupará, além de voluntários.
O Parque Estadual do Jurupará teria também um viveiro que chegou a produzir 12 mil mudas anuais de 40 espécies (mas esta informação não está atualizada).
Saiba mais
- Fundação Florestal
- “Nexway Eficiência e Reservas Votorantim desenvolvem projeto de reflorestamento no Parque Estadual do Jurupará” – artigo de Laila Rebecca no portal Segs, 31/5/2021
- “Projeto vai restaurar 164 hectares do Parque Estadual do Jurupará” – portal CicloVivo, 26/7/2021
- Mapa baseado no Diagnóstico dos Produtores de Mudas Florestais Nativas no Estado de São Paulo, realizado entre 2008 e 2010, e atualizados periodicamente pelo CERAD/Instituto de Botânica de São Paulo
- “Iniciativa de biólogo leva 1,8 mil mudas nativas ao parque Jurupará em Ibiúna” – Isto É/Estadão Conteúdo, 3/2/2022
Localização:
Telefone: