Legado das Águas

Esta é a maior reserva privada de Mata Atlântica, adquirida a partir da década de 1940 pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do grupo Votorantim, para conservar as matas e preservar a bacia hídrica do rio Juquiá, onde a companhia possui sete usinas hidrelétricas. Hoje ela é gerida pela empresa Reservas Votorantim.

Em 2012, o Legado das Águas foi transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e projeto de valorização da biodiversidade, em parceria com o governo de São Paulo.

O seu viveiro foi inaugurado em 2016 e hoje produz cerca de 200 mil mudas anuais de mais de 85 espécies, com destaque para espécies ornamentais para paisagismo urbano e espécies classificadas como “vulneráveis” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, como a palmeira juçara, a garapeira e o cedro rosa. Ele também atende projetos de produção de madeira e espécies frutíferas, como o cambuci. As mudas são comercializadas numa loja em São Paulo, o Pátio Caeté, aberta em 2020 e voltada para o paisagismo corporativo.

O Legado das Águas também está promovendo um projeto de repovoamento de seu território com palmeiras juçara. Ele está fazendo um mapeamento da área, com a localização dos espaços onde serão plantadas novas mudas. Em 7 a 8 anos o projeto espera desenvolver a cadeia produtiva de produção de polpa com parte dos frutos das juçaras plantadas.

 “Há um apelo de marketing no uso de árvores da Mata Atlântica”, diz Canassa [David Canassa, diretor da Reservas Votorantim]. Um exemplo desse movimento é o Parque Global, empreendimento residencial da incorporadora Benx localizado na Marginal Pinheiros, próximo ao bairro do Morumbi, na capital paulista. O condomínio terá 58.000 metros quadrados de área verde com plantas do bioma fornecidas pela Reservas. […] As mudas são produzidas por meio de um longo processo. A partir de pesquisas, os biólogos da empresa definem as espécies mais propícias a ser desenvolvidas em estufa. As sementes são recolhidas em diversos pontos da reserva e plantadas em “tubetes”. A partir da primeira germinação, elas podem ser vendidas ao custo de cerca de 15 reais. Os paisagistas, no entanto, preferem comprar as plantas mais crescidas. Para isso, há um pátio em que as plantas são desenvolvidas, algumas vezes por ano. Uma muda adulta custa em torno de 400 a 500 reais.

Reportagem da revista Exame, 2/12/2020

A Votorantim também promove o projeto Pomar Urbano, de recuperação das margens do rio Pinheiros, em São Paulo.