Iniciativa que visou a compensação de gases estufa emitidos durante os Jogos Olímpicos de 2016 com o plantio de espécies da Mata Atlântica. Elas nasceu de um compromisso assinado pelo governo do estado do Rio de Janeiro com o Comitê Olímpico Internacional que previa o plantio de 24 milhões de árvores, das quais 9,6 milhões seriam o mínimo necessário para garantir a neutralização das emissões.
Ele foi desenvolvido pelo ITPA, numa cooperação técnica a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o Instituto Estadual do Ambiente e a ONG Conservação Internacional.
Mas a sua efetiva execução foi questionada inclusive por parceiros envolvidos nessa iniciativa.
“Se, de fato, isso fosse real, mesmo com 30% de mortalidade (das mudas), o que é normal, você teria um acréscimo de floresta equivalente a 10% da área da cidade. Seria positivo porque só 30% da cidade são considerados área florestal, com algum tipo de vegetação importante”, disse o coordenador-geral do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG), do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Marcos Freitas. Ele acredita que, na verdade, serão feitas somente pequenas ações. “Não vai ter uma coisa importante em termos de floresta, infelizmente”, disse. […]“Temos que ficar de olho”, alertou o coordenador de Planejamento Ambiental do Instituto Terra de Preservação Ambiental (ITPA), Felipe Paranhos. O ITPA foi parceiro do governo no projeto Jogos Verdes 2016 de neutralização das emissões de gases de efeito estufa. A organização não governamental começou a elaborar o mapeamento para fazer as neutralizações das emissões no entorno do complexo de Ribeirão das Lajes, da distribuidora de energia Light, situado nos municípios de Rio Claro e Piraí, no estado do Rio de Janeiro.
“Começamos a mapear áreas prioritárias lá dentro para poder fazer as neutralizações. Só que o projeto foi descontinuado devido a divergências políticas”. Segundo ele, o projeto acabou abandonado por falta de recursos.
Agência Brasil, novembro de 2016
Vale notar, porém, que algumas ações ocorreram posteriormente, como um plantio de 13.725 mudas de 207 espécies da Mata Atlântica na Floresta dos Atletas, no Parque Radical de Deodoro, em 2019. Em agosto de 2021 a Prefeitura anunciou que ampliaria a área restaurada em 2,2 hectares. O projeto ficou a cargo da Biovert.
Mais adiante, em setembro de 2021, foram anunciados novos plantios na Floresta dos Atletas, além da retirada de leucenas, espécie exótica invasora.
Saiba mais
- “Reflorestamento fica abaixo da meta prevista como legado dos Jogos 2016” – artigo de Alana Grandra, da Agência Brasil, 24/9/2016
- “Rio dá início ao plantio das 13.725 mudas, de 207 espécies da Mata Atlântica, na Floresta dos Atletas” – Ecodebate, 26/9/2019
- “Sementes plantadas por atletas na abertura da Rio 2016 viraram floresta; veja fotos” – reportagem de Evelin Azevedo em O Globo, 23/7/2021
- “Prefeitura firma compromisso para ampliar a Floresta dos Atletas” – divulgação da Prefeitura do Rio, 4/8/2021
- “Secretaria de Meio Ambiente promove plantio de 8 mil mudas na Semana da Árvore” – Prefeitura do Rio, 17/9/2021