Pesquisadores da universidade do Laboratório de Ecologia da Restauração (LER) desenvolveram uma técnica de aceleração da regeneração da Caatinga que vêm sendo replicadas com sucesso na Floresta Nacional de Açu, no Ceará, na reserva privada da Fazenda Neném Barros, em Crateús/CE na Fazenda Raposa, pertencente à UFCE, e no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco.
A técnica eleva a taxa de sobrevivência das mudas de 30% a 70%. Estas são cultivadas num tubo de PVC ligado a uma bolsa d’água, o que acelera o processo de crescimento e prolonga o tamanho da raiz de plantas nativas que encontram dificuldade em extrair água em solos degradados e salinizados.
A UFRN também participa de outras iniciativas voltadas à restauração ecológica, como:
- Áreas Prioritárias para Restauração da Caatinga, em parceria com a UFRN, a USP, a UFABC e o WRI;
- Arboriza Natal, em apoio à Prefeitura de Natal.
Floresta Nacional de Açu
O Laboratório de Ecologia da Restauração (LER) desenvolveu um piloto de restauração na unidade de conservação entre 2013 e 2016. Ele conduziu a regeneração de 5 hectares com seis espécies florestais nativas. Numa segunda etapa, entre 2016 e 2019, foram utilizadas 16 espécies em outra área da Flona. Técnicas semelhantes foram utilizadas em em outras áreas dos municípios de São Bento do Norte (RN).
O resultado do reflorestamento em alta escala se revelou surpreendente. A área de teste, com 3.5 hectares, foi utilizada por décadas como pastagem e, mesmo depois de abandonada por quinze anos, não conseguia ter uma regeneração natural. Cinco anos depois da fase de replantio de 4.704 plantas, iniciada em 2016, transformou-se em uma floresta diversa, atraindo espécies da fauna e recuperando a saúde hídrica do ecossistema.
De acordo com a professora Gislene Ganade, autora e coordenadora do estudo, que foi premiado pelo programa Dryland Champions da Organização das Nações Unidas ainda na primeira fase de experimentos, em 2015, a estratégia é eficiente porque a planta chega à natureza mais desenvolvida na parte do tronco e da folha, assim como sua raiz, capaz de sustentar esse porte maior. Robusta, ela enfrenta o estresse do campo com grandes reservas de glicose, amido e água, permitindo que possa esperar até que as chuvas retornem.
eCycle, abril de 2021
Serra de Santana
Rebecca Luna Lucena, professora do Departamento de Geografia do CERES/Caicó, desenvolveu um projeto de arborização com espécies nativas no município de Lagoa Nova. Desenvolvido em 2019, ele mobilizou a Prefeitura e estudantes, além de dois hortos, um em Lagoa Nova e outro em São José do Seridó.
Viveiro
A UFRN mantém um viveiro.
Saiba mais
- LER/UFRN
- “Projeto da UFRN pode impedir a desertificação da caatinga” – divulgação da UFRN, 26/6/2017
- “Professora do Ceres realiza trabalho de arborização na Serra de Santana” – UFRN, 22/5/2020
- “Esperança na Caatinga” – artigo de Enoleide Farias e José de Paiva Rebouças para a divulgação da UFRN, 28/7/2020
- “Um método eficaz para reflorestar a Caatinga” – artigo de Luis Patriani no portal eCycle – 29/4/2021
- “Cuidados com solo e vegetação recuperam vitalidade da Caatinga”– Carlos Fioravanti, Revista Pesquisa Fapesp, 28/11/2024
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