Instituto Terra

Iniciativa de projeção internacional, voltada para a recuperação de nascentes na Bacia do Rio Doce. Ela se originou do desejo do fotógrafo Sebastião Salgado e a sua mulher Lélia de restaurar a fazenda da família, recoberta por pastagens degradadas. Em 25 anos, eles regeneram 2.100 hectares, sendo 608 ha conservados pela Reserva Privada de Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão.

O Instituto Terra também oferece oportunidades para pesquisadores e estudantes e apoia outros produtores rurais interessados em recuperar as suas terras e implementar sistemas agroflorestais. Os proprietários de terras podem se cadastrar no Programa Terra Doce, lançado em 2023.

O primeiro plantio foi realizado em dezembro de 1999. Nos 20 anos seguintes foram plantadas mais de 2 milhões de mudas de 290 espécies nativas na área da RPPN. As ações de recuperação continuam sendo feitas, por meio de intervenções para enriquecimento das áreas, visando ampliar o número de espécies e genomas da Mata Atlântica.

Desde 2001 a iniciativa mantém um viveiro com capacidade de produzir 1 milhão de mudas de 290 espécies da Mata Atlântica por ano. A equipe do Instituto Terra coleta sementes num raio de 200 quilômetros.

Parte dessas mudas se destina a projetos que o Instituto Terra apóia em outras propriedades da região, tantos no estado de Minas quanto no Espírito Santo. Cerca de 21,1 milhões de metros quadrados de Mata Atlântica do médio Rio Doce estão sendo recuperados graças a essa extensão de suas atividades.

“Depois de conhecer a fazenda, me interessei pelo projeto e recebi a visita de um técnico que identificou seis nascentes no terreno.” Com orientação do profissional e mudas e arame doados pelo projeto, [o proprietário rural Nilson da] Silva cercou as áreas para evitar compactação do solo pelo gado e plantou árvores para reter umidade e evitar erosões. Oito reservatórios fazem a captação da água de chuva. “Em dois anos começou a jorrar água de onde não jorrava havia décadas”, diz.

Valor Econômico, outubro de 2023
Vista aérea atualizada da iniciativa via Projeto Restor

A antiga fazenda de gado, antes completamente degradada, hoje abriga uma floresta rica em diversidade de espécies da flora de Mata Atlântica. A experiência comprova que junto a recuperação do verde, nascentes voltam a jorrar e espécies da fauna brasileira, em risco de extinção, voltam a ter um refúgio seguro.

Website do Instituto Terra

Este relato de Matheus Leitão, em reportagem publicada em 2005 em O Eco, dá uma noção de como esta iniciativa funciona no cotidiano:

O processo de criação de uma floresta é longo e trabalhoso. Serão precisos mais dez anos para ocupar todos os 650 hectares da fazenda com mata atlântica e outros 20 para vê-la atingir a idade adulta. A reportagem de O Eco acompanhou um dia na manutenção do plantio de espécies de árvores em 9,3 hectares. Isso representa apenas 1,5% da área da fazenda. As mudas foram plantadas em novembro e dezembro e ainda estão muito pequenas. Nesta fase, são frágeis. Não sobrevivem ao violento capim braquiária, plantado ali durante décadas e que insiste em reaparecer.

Sob um sol escaldante, funcionários arrancam a braquiária para dar espaço ao crescimento da mata. Os cipós também são tirados um a um. Apesar de serem nativos de uma mata atlântica desenvolvida, eles são fatais para as mudas. “Braquiária é agressivo à recomposição da mata atlântica. Mata as mudas pequenas. Teremos que combater sempre. Os cipós, não. Assim que a mata crescer, deixaremos eles seguirem seu curso natural”, ensina o gerente ambiental do Instituto, Jaeder Vieira.

Artigo de Matheus Leitão

Em 2022 Sebastião Salgado passou a comercializar mais de 5 mil fotografias em formato de NFTs para levar recursos para o Instituto Terra.

O Instituto Terra também promove a capacitação de técnicos em restauração.

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