Cargill

A multinacional, líder na cadeia da soja, está desenvolvendo alguns projetos com viés de restauração no país.

Produtores de soja

A empresa apoia a restauração de áreas protegidas em propriedades de fornecedores. Em junho de 2022 a Cargill anunciou que vai promover a restauração de 100 mil hectares de áreas de reserva legal ou áreas de preservação permanente nos próximos cinco anos. A empresa também vai ajudar produtores de soja a fazer a regulamentação ambiental de suas terras.

A empresa pretende fechar alianças com outros fornecedores que tenham passivos ambientais, via editais anuais. A Cargill arcará com os custos da restauração: contratação de técnicos, além da compra de sementes e mudas.

Fomento ao SAF

A empresa também está fomentando a adoção de sistemas agoflorestais.

Os 7 projetos-piloto iniciais estão ocorrendo nos Territórios da Mata, em Machadinho (RS), via parcerias com as organizações Solidaridad; Iniciativa Verde, Agroicone e Caminhos da Semente; Rede de Sementes do Cerrado, com Araticum, ICMBio e cooperativas rurais de comunidades locais; PretaTerra, com o fundo UBS Optimus; Restaura Tocantins, com o governo estadual e Instituto Perene; Orla do Lago Paranoá, com o governo do Distrito Federal; e Fazenda São Geraldo, em parceria com a Bioflora.

Em Timburi/SP, por exemplo, o projeto colaborativo está sendo desenvolvido pela Pretaterra, com o fortalecimento de sistemas agroflorestais em propriedades familiares.

A fase piloto do projeto foi lançada em dezembro de 2020 já com mais de 20 propriedades. A meta é implementar em breve 100 hectares de agroflorestas no município. Até março de 2023, a expectativa é triplicar esse número – 200 hectares serão alcançados com apoio da Cargill – e, nos próximos três anos, o objetivo é atingir 200 famílias e implantar 900 hectares de sistemas agroflorestais. Deste total de famílias, cerca de 30 vivem na Aldeia Karugwá, da etnia Guarani, em uma área de 140 hectares. Uma oportunidade de resgate do conhecimento tradicional, trazendo resiliência econômica e ambiental.

Notícias Agrícolas, setembro de 2022

No Cerrado, a parceria com a Rede de Sementes do Cerrado e a Araticum está trabalhando no engajamento de comunidades locais em quatro unidades de conservação: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Floresta Nacional de Brasília, APA de Cavernas do Peruaçu e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras.

Além das terras restauradas e do engajamento das comunidades, em especial as mulheres coletoras de sementes, o projeto trará benefícios como: potencial para sequestro de 50 mil toneladas de carbono atmosférico somando-se todas as áreas a serem restauradas, produção de aproximadamente 5 toneladas de sementes de espécies nativas e ganhos de cerca de R$ 300 mil de retorno direto às comunidades pela coleta de sementes e serviço de restauração.

Até o momento, estão engajadas 180 famílias na coleta de sementes, entre agricultores familiares, comunidades tradicionais de quilombolas, geraizeiros (populações tradicionais de que vivem no Cerrado no Norte de MG) e indígenas Xakriabá, localizados no norte do Cerrado mineiro, em áreas de transição com a caatinga. A expectativa é que, ainda em 2022, 100 hectares sejam plantados por semeadura direta com subsequente manutenção e monitoramento nos próximos anos, garantindo a restauração e ainda com grande potencial de expansão do projeto.

Notícias Agrícolas, setembro de 2022

O segundo projeto, anunciado em março de 2023, é uma parceria com a Belterra Agroflorestas, startup de reflorestamento, para fortalecer a produção de cacau no Mato Grosso, fomentar sistemas agroflorestais e, no processo, restaurar mil hectares de áreas degradadas.

“Mais e mais clientes de chocolate na ponta querem saber de onde vem o produto, como é produzido e quais as práticas envolvidas”, diz Laerte Moraes, diretor-geral de alimentos e ingredientes da Cargill na América do Sul. “Quando tem um único operador [como a Belterra], ele consegue fazer esse rastreio.” […]

Serão plantados 1 milhão de mudas de cacau nos mil hectares a serem restaurados. O trabalho começa em novembro, coincidindo com o início do período de chuvas na região. 

A projeção é que daqui a três anos o rendimento da produção seja de 1,5 tonelada por hectare. Dois anos depois, no pico de produtividade, a meta é chegar a 3 toneladas por hectare. “Esse nível não é delírio. Hoje, já existem produtores sozinhos na Transamazônica fazendo isso”, diz [Valmir] Ortega [fundador da Belterra].

Reset, março de 2023

Uberlândia

Em fevereiro de 2024 a empresa fechou um acordo com a Prefeitura do município mineiro para promover os recursos necessários para a restauração de margens de córregos urbanos.