Mico-leão-preto

Espécie endêmica do extremo oeste paulista, ameaçada pela fragmentação de seu habitat e o isolamento de populações muito pequenas. Ela já foi considerada extinta na natureza, mas voltou a ser avistada esporadicamente nos anos 70.

“Oitenta por cento da população de mico-leão-preto está localizada no Morro do Diabo e os outros vinte por cento estão distribuídos em fragmentos menores”, explica Gabriela Cabral Rezende, que atualmente coordena o Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). 

O animal, que originalmente já era restrito, foi extinto em áreas onde antigamente ocorria, como a bacia do rio Tietê. “Atualmente a única população viável [que se mantém sozinha] está no Morro [do Diabo], estimada em 1.200 indivíduos. A partir disso, pensando estrategicamente em como, de fato, melhorar o estado de conservação da espécie, temos a intenção de trabalhar agora com a população do Médio e Alto Paranapanema, pensando em ter uma segunda população viável, porque o que a gente tem na região do Médio e Alto são populações pequenas e isoladas”, explica.

As populações de entorno, ilhadas em pequenos fragmentos florestais, estão sendo conectadas por corredores ecológicos, uma política promovida pelo IPÊ desde a década de 90.

O Eco, 2022

Na década de 1970, foi estabelecida a primeira população em cativeiro da espécie, com sete indivíduos do Parque Estadual Morro do Diabo encaminhados ao Centro de Primatologia do Rio de Janeiro.[…] A criação do Parque Estadual do Morro do Diabo, em 1986, e da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto, em 2002, ambas localizadas na região do Pontal do Paranapanema e interligadas por um corredor ecológico, foram iniciativas de imensurável importância. As unidades de conservação proporcionaram à espécie mais de 40 mil hectares de área preservada para que possam viver em equilíbrio com seu ecossistema de origem.

Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, 2017

Outros nomes populares:

sauí-preto, sauim-preto

Nome científico:

Leontopithecus chrysopygus

Instituto de Pesquisas Ecológicas

O trabalho de conservação da espécie no Pontal do Paranapanema, no Estado de São Paulo, deu início as atividades do IPÊ, em meados dos anos 80. Ele envolveu esforços de educação ambiental, restauração ecológica e criação de unidades de conservação de ocorrência do mico-leão-preto.

Fundação Parque Zoológico de São Paulo

Em 1985, mais seis machos e oito fêmeas resgatados na área que seria inundada pela hidrelétrica de Rosana foram transferidos para a Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP). Foram as duas primeiras experiências com o mico-leão-preto em cativeiro.

Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, 2017

O Zoológico de São Paulo ainda é uma das poucas instituições dedicadas à sua reprodução em cativeiro.

Saiba mais

Imagens:

  • Alan Hill – Bristol Zoo/ Inglaterra
  • Ruth Flickr – Jersey Zoo/ Inglaterra
  • Roger Smith – Adelaide Zoological Gardens/ Austrália