Lobo-guará

Canídeo nativo, o maior da América do Sul, tem importante papel na dispersão de sementes de várias espécies, com destaque para a fruta-de-lobo, já que costuma percorrer grandes distâncias.

A espécie é altamente ameaçada pela destruição de seu habitat, atropelamentos, caça e ocorrências de sarna. Uma das suas maiores populações, cerca de 200 animais, vive no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais.

Nome científico:

Chrysocyon brachyurus

As ações para a conservação do lobo-guará no Brasil têm aumentado consideravelmente. Instituições se unem para trazer boas soluções para os problemas. Com isso as estratégias revertam em muitos resultados positivos à conservação. Filhotes reabilitados e devolvidos à natureza já começam a produzir novas gerações. Lobos com sarna vão sendo curados Os atropelamentos diminuem nas estradas onde as passagens de fauna são implementadas. As ações locais de educação e a comunicação para a sociedade vêm melhorando a relação das pessoas com os lobos, diminuindo assim os conflitos e a perseguição.

Post no Facebook/ Instituto Pró Carnívoros – 12/10/2023

A espécie é objeto de alguns projetos de conservação e reintrodução na natureza. Dentre eles:

Parque Vida Cerrado

Viveiro científico e projeto de educação socioambiental de Barreiras/BA. A entidade tem um criadouro conservacionista desde 2005 e começou a reintroduzir lobos-guarás na natureza em 2022. Ele trabalha em parceria com o ICMBio, com a ONG Jaguaracambé, Projeto Sou amigo do Lobo e o Projeto Ritmos da Vida.

 O trabalho com os lobos-guarás contribui com a sua conservação, pois vai gerar protocolo para a espécie que indica ações de recebimento, treinamento, soltura ou translocação e o monitoramento dos animais pós-soltura. Quando finalizado, o protocolo será transformado em artigo científico, cartilha e manual para cursos de reabilitação da espécie, e poderá servir de base para futuros estudos e reintroduções do lobo-guará, assim como outras espécies, na natureza.

Oxe Recife, maio de 2023

Instituto Pró-Carnívoros

A entidade desenvolve várias iniciativas de conservação e pesquisa, como os projetos Lobo do Pardos, em áreas de canaviais no estado de São Paulo, e Lobos da Canastra, em parceria com outras instituições, iniciado em 2004 no Parque Nacional da Serra da Canastra.

Centro Nacional de Pesquisas para Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap)

O órgão federal, integrante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza pesquisa e manejo para conservação de inúmeras espécies, inclusive o lobo-guará.

“Fazer parcerias é fundamental. Na Serra da Canastra, uma das maiores ameaças ao lobo era a caça. Isso porque os animais comiam as aves dos produtores e isso levava a serem caçados. A gente conseguiu acabar com essa prática mostrando para as pessoas que as galinhas poderiam ser presas no galinheiro. Mostramos para as pessoas que os lobos poderiam ser aliados porque comiam os ratos e as cobras. Convencemos os produtores, mas era necessário proteger as galinhas. Eles viram que isso poderia dar lucro. Incluindo atrativo turístico.” […]

Ele defende ainda a “conservação pelo encantamento”, ao associar os produtores aos animais. “É necessário olhar a vida que há em volta. Seja na Canastra ou em São Paulo, na região de São José do Rio Pardo, em área de plantação de cana, ou na Bahia, em região de soja e turística [próximo à cidade de Luis Eduardo Magalhães]. Os produtores rurais têm grande responsabilidade porque sabem o que pode ser feito na terra.”

Depoimento do biólogo Rogério Cunha de Paula, do Centro Nacional de Pesquisas para Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) – Agência Brasil, setembro de 2020

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Imagens:

  • Spencer Wright – Zoológico de Hamerton/ Inglaterra
  • Calle Eklund – Eskilstuna/ Suécia
  • Rufus46/ Wikimedia – Munique/ Alemanha