Projeto Morizukuri

Iniciativa da Toyota em parceria com universidades, sobretudo o Laboratório de Sementes e Mudas Florestais da Universidade Federal de São Carlos que replica o modelo de restauração desenvolvido por Akira Miyawaki no Japão.

Ele começou a ser implantado em 2011 com um mutirão de plantio ao redor da fábrica da indústria automotiva em Sorocaba que mobilizou 4 mil pessoas. Hoje o projeto contabiliza o plantio de 134 mil árvores de 143 espécies nativas em uma área de 4 hectares.

Após a Segunda Guerra Mundial o Japão havia perdido a maioria de suas florestas. Neste cenário, o jovem Prof. Akira Miyawaki começou a trabalhar na restauração das florestas tendo como base as teorias de diversidade aprendidas na Universidade de Freiburg, na Alemanha, onde fez seu doutorado. Seus princípios se baseavam em restituir as espécies nestas áreas para que estas exercessem as funções perdidas do ecossistemas, como a beleza, a densidade de plantas, a diversidade, a atração da fauna a recomposição do solo e a ciclagem de nutrientes, entre outras. Mas sempre com a participação das pessoas em seu plantio.

Na década de 80, o seu método foi trazido ao Brasil e implantado em várias regiões da Amazônia. Posteriormente, foi empregada no Rio de Janeiro durante a Eco 92 para a recuperação de áreas na região da Reserva Biológica de Poço das Antas e no entorno do Parque Estadual do Desengano e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

LASEM/ UFSCar

Quatro princípios essenciais são considerados para a aplicação da metodologia Miyawaki: solo fértil, diversidade, densidade e competitividade. O objetivo é simular uma floresta natural utilizando suas características fundamentais para acelerar o seu processo de crescimento. Um exemplo é a plantação de três mudas por metro quadrado ao invés de apenas uma. […] Os mais de 140 tipos de árvores que fazem parte da floresta foram escolhidos após estudos das espécies nativas da região de Sorocaba apontarem quais apresentavam maior potencial de germinação. Entre elas estão Jequitibá Rosa, Cedro, Paineira, Aroeira Pimenteira, Guapuruvu, Goiabeira, Ipê, entre outras. Uma vez selecionadas, as sementes das árvores foram levadas para um viveiro criado na fábrica da Toyota em Indaiatuba, SP, e semeadas pelos próprios colaboradores. E assim nasceram as primeiras mudas do projeto. 

O Maranhense, outubro de 2021