Cultivando Esperança

Restauração de 95 hectares em um dos últimos remanescentes significativos de floresta com araucária em propriedades rurais familiares localizadas na APA da Serra da Esperança, executadas pelo Instituto de Estudos Ambientais Mater Natura entre 2011 e 2016. As áreas de implantação do projeto foram as comunidades de Rio Pequeno, a comunidade de Monte Alvão e o Assentamento Rosa.

As áreas reflorestadas foram selecionadas de forma a estabelecer uma continuidade de matas ciliares ao longo de microbacias hidrográficas para garantir a qualidade das nascentes, conter a erosão e potencializar sua função biológica de recuperação e conservação da biodiversidade.

Para a realização do trabalho, foi realizada a capacitação de agricultores familiares nas comunidades para a produção e plantio de mudas de espécies nativas, além de outras técnicas de recuperação florestal, como o adensamento e proteção de nascentes e margens de cursos d’água.

O projeto também incentivou atividades de adequação das propriedades rurais à legislação ambiental, com o apoio de outros parceiros e financiadores, além de promover discussões entre proprietários e órgãos ambientais sobre a adequação ambiental e sensibilização das comunidades sobre a importância dos serviços ambientais prestados pela mata ciliar e pela floresta preservada.

Foram utilizadas duas técnicas de plantio:

• plantio tradicional em linhas de espécies pioneiras intercaladas com linhas de espécies secundárias e clímax, com densidade de 2.000 mudas por hectare; e
• plantio composto por grupos de três a cinco mudas em formato de “+” , com densidade de 800 mudas por hectare.

O projeto também capacitou 90 agricultores familiares para a profissionalização na produção de mudas e sementes e implementou atividades de uso sustentável, o que proporciona geração de renda para as famílias e possibilitará seu engajamento na manutenção das áreas recuperadas.

Estamos aplicando uma metodologia de restauração um pouco diferente, enriquecendo os sítios de restauração com mudas de erva-mate. Afinal, são propriedades familiares e nem sempre é possível deixar uma área só para conservação, sem mexer nela. Então, a gente quer mostrar para a comunidade que é possível restaurar uma determinada área e, ao mesmo tempo, aproveitá-la economicamente. Isso nos ajudou a chamar os proprietários para participar, além de contribuir para
que eles restaurassem uma faixa de mata ciliar maior do que a determinada pela Lei Florestal.

Pollyana Born, bióloga e coordenadora de projeto – publicação Iniciativas BNDES Mata Atlântica