Projeto da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB) de restauração de 500 hectares de Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra do Itajaí, com apoio do BNDES. As áreas de restauro, localizadas em dois sítios (Faxinal do Bepe e Possamai), estão na zona de recuperação do Plano de Manejo do Parque.
Em Faxinal do Bepe, a presença da agricultura nas áreas de várzea e de pastagem em encostas e topos de morro é marcante. A vegetação está formada por muitas baixadas com coqueirais nos banhados, vários deles destruídos. A área é coberta por pastagens (cerca de 90%) e culturas agrícolas como milho, feijão, arroz e hortaliças (cerca de 10%). Espécies arbóreas nativas restringem-se a alguns indivíduos remanescentes das pastagens e ao longo dos caminhos e estradas. Diversas espécies herbáceas invasoras são observadas.
Em Possamai, a antropização se deu mediante o plantio de pinus, espécie exótica invasora, para a produção de madeira até 2005. Atualmente, ocorrem nela trechos cobertos principalmente por samambaia-das-taperas, cará e taquara, formando uma densa cobertura vegetal que impede o estabelecimento de plantas arbóreas pioneiras e secundárias iniciais. A altura média da vegetação existente é de quatro metros aproximadamente. A declividade do terreno é acentuada, predominando áreas com declividade entre 20% e 40%. Praticamente não há áreas planas nessa região.
O Restaurar é um projeto importante para o manejo e para a manutenção da biodiversidade. Já se sabe, por exemplo, que o puma é uma espécie que habita o parque e que lá existem espécies de anuros desconhecidas da ciência. Mas o parque abriga também milhares de nascentes que abastecem cerca de 1 milhão de habitantes do Vale do Itajaí.
Marcelo Diniz Vitorino, engenheiro florestal – publicação Iniciativa BNDES Mata Atlântica
Tirar o pasto, trazer uma recomposição natural e uma conectividade entre a floresta que está em volta e essa área que hoje está degradada, mas que daqui a três, quatro anos, vai estar em processo inicial de restauração, é fundamental para a região.”
Destaques do projeto, segundo o BNDES:
- Beneficiamento e análise das sementes. A cada quatro meses de armazenamento serão avaliados o poder germinativo, a pureza, o teor de umidade e o peso das sementes.
- Instalação de duas câmaras frias no viveiro para manter o controle contínuo de ambientes com diferentes faixas de temperatura e umidade relativa do ar.
- Produção de 520 mil mudas de espécies nativas da região. Serão 130 mil mudas por ano, no período de quatro anos.
- Plantio total em 300 hectares, com densidade de 1.666 plantas/ha, sendo 1.111 mudas/ha com espécies pioneiras e 555 mudas/ha
- com espécies secundárias em densidade.
Saiba mais
- BNDES
- Case descrito na publicação Iniciativa BNDES Mata Atlântica, de 2015
Localização: