Programa Gentileza Urbana, da Subprefeitura da Sé, planta diversos jardins de chuva (biovaletas, vagas verdes, escadarias verdes e bosques urbanos), sob a coordenação do arquiteto paisagista André Graziano e o biólogo Rodrigo Silva. A iniciativa vem transformando a paisagem urbana na região central, ajudando a reduzir alagamentos ao captar água de chuva e diminuir a força das enxurradas nas áreas de declive.
Em São Paulo, até agora já foram criados 20 mil metros quadrados de áreas permeáveis onde antes só havia cimento e asfalto. Até dezembro do ano passado, foram entregues 41 jardins de chuva, três bosques de conservação urbana, três biovaletas, calçadas com poços de infiltração, 16 vagas verdes, uma escadaria verde e três landarts. Os bosques tiveram topografia ajustada para colher água da chuva e receberam 3 mil mudas plantadas com os moradores.
Na Avenida 23 de Maio foram recuperadas sete nascentes, cuja água limpa foi disposta ao longo da calçada em um alagado construído com o intuito de remediar poluição difusa com vegetação ornamental, única iniciativa desse tipo em área urbana do Brasil. Na Avenida do Estado, a biovaleta é seca, para promover o acúmulo de águas de chuva em épocas de chuvas fortes, junto com os Bosques e os jardins de chuva implantados. Só na região do Pacaembu foi implantado o maior sistema de jardins de chuva do Brasil, com mais de 2.700 m2, que incorpora trechos em alta declividade (inovação) e ambientes de baixada.
O Bosque das Maritacas tem ainda uma figueira clonada da figueiras das lágrimas, no Ipiranga, a árvore mais antiga da cidade, no local pelo menos desde o século 18. Com tanta vegetação, a vida animal também se desenvolveu no novo bosque, de insetos polinizadores a pássaros que surpreendem os ouvidos acostumados com o barulho dos motores que passam por ali. […] Entre as aves que começaram a aparecer por lá estão quero-quero, sabiás de várias espécies, saíra, beija-flor e até morcegos, fundamentais para a disseminação de sementes.
Em cada um dos 8 distritos da região central serão implantadas as “vagas verdes”, jardins implantados no leito carroçável (asfalto). Tratam-se de jardins de chuva, com mobiliário e arborização (livre do eixo de fiação elétrica). São lugares perfeitos para usos diversos, com capacidade de mitigação de escoamentos superficiais, aumento de biodiversidade e uso especial pela população.
A Vida no Centro, fevereiro de 2021
Saiba mais
- “Programa Gentileza Urbana transforma o Centro da Cidade” – divulgação da prefeitura, 15/12/2020
- “Gentileza urbana: como os jardins de chuva estão tornando co centro de SP mais verde” – artigo de Denize Bacoccina no website A Vida no Centro, 28/1/2021
- “Bosque das Maritacas, um oásis verde desconhecido no centro de São Paulo” – artigo de Denize Bacoccina no website A Vida no Centro, 12/2/2021
- “Mais verde no cinza” – artigo de Sérgio Adeodato na revista Página 22, 11/9/2021
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