A entidade promove educação ambiental e plantio em área de mangue no Parque Estadual do Cocó, junto a Fortaleza, desde 2000. Segundo a geógrafa Fabiana Pinho, vice-presidente do projeto, o EcoMuseu recuperou pelo menos 2 hectares ao longo dessas duas décadas.
O plantio é realizado de diversas formas.
Muitas vezes ele envolve voluntários, como a própria Fabiana, organizados em mutirões. Em outras ocasiões o plantio envolve as escolas e grupos que visitam o Ecomuseu. Após uma apresentação, os visitantes são convidados a conhecer as diferentes espécies de mangue e a recolher os seus propágulos, as sementes germinadas que continuam presas à planta adulta. A seguir, esses propágulos são plantados numa área reservada para essa atividade. Desde 2012, os visitantes plantaram pelo menos 20 mil sementes dessa forma.
Nas areias orientais de Fortaleza, onde as águas do Rio Cocó se franzem no encontro com o mar, Rusty [de Sá Barreto] dedica tempo e energia para manter pulsante o teimoso coração do Eco Museu Natural do Mangue da Sabiaguaba (EcoMuNam). A “estação dos pés pretos” é uma das 12 paradas que ele inventou em uma trilha ecológica de 1,5 km, que se embrenha pelo manguezal, sobe as dunas brancas, mergulha no Rio Cocó e deságua no oceano, após 1h30 de suspense cenográfico, explicações ecológicas e achados lúdicos. Agora com lama até os joelhos, passos de astronauta fora de órbita, os meninos se agitam a cada resvalada no lodo. Rusty intervém, cirúrgico: “É hora de diminuir a fala, aumentar a audição e ampliar a visão. Olhem bem para onde vocês estão”.
Revista Vós – 14/1/2016
Em muitos casos, os plantios estão associados à compensação por impactos ambientais de terceiros. Também podem ser apoiados por patrocinadores, como foi o caso de um plantio de 1.200 mudas nas margens do rio Pacoti em outubro de 2020, apoiado por uma rede de farmácias.
O EcoMuseu também mantém um pequeno viveiro criado numa clareira rodeada por árvores adultas. As mudas são produzidas por estudantes de Geografia da Universidade Estadual do Ceará que fazem estágio obrigatório na ONG. As plantas são produzidas em saquinhos organizados sobre estantes de madeira. São usados diferentes tipos de solo, num esforço de aprimorar a técnica.
Não podemos vender mudas porque estamos dentro do Parque Estadual do Cocó, mas passamos a nossa experiência para que outros repliquem. Isso é até melhor do que fornecer mudas. É aquela história: você não dá o peixe pronto, você ensina a pescar.
Fabiana Pinho
A ONG também participa de ações locais e nacionais de coleta de lixo em áreas de mangue e foi co-fundador da Rede Nacional de Mangues (Renaman).
Saiba mais
- Ecomuseu Natural do Mangue
- Associação de Amigos do Ecomuseu Natural do Mangue
- Reportagem de Claudia Albuquerque, Igor de Melo e Michele Boroh na revista Vós, 14/1/2016 (link quebrado)
- “Mulheres cuidam da natureza através da arte e do voluntariado” – Diário do Nordeste, 30/3/2019
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