Produtores, ambientalistas e governo dão diferentes porém complementares motivos para a escassez de sementes nativas no mercado. Mas ninguém questiona um fato crucial: a rápida fragmentação das florestas. “Não tem muito mais de onde tirar. As áreas que restam realmente são unidades de conservação de proteção integral, que não admitem esse tipo de intervenção porque as sementes estão dentro de uma teia alimentar e outros elementos da fauna, por exemplo, dependem delas”, explica Maísa Guapyassú, engenheira florestal da Fundação Boticário.
Mas a existência de cada vez menos florestas nativas não é tudo. Falta estudo para que as coletas não causem impacto aos ecossistemas. “Retiram-se sementes indiscriminadamente das árvores matrizes”, lembra Maísa. Essas árvores, marcadas como produtoras de sementes, também são poucas, o que acarreta em diminuição da qualidade das sementes, e, consequentemente, das árvores adultas. “Se você só tira de um pequeno grupo, diminui o pool genético da espécie. E isso geralmente deixa as árvores menos resistentes a mudanças ambientais, ao surgimento de novas doenças, etc”.
Leia na íntegra: Artigo de Andreia Fanzeres em O Eco, 28/2/2007