Projeto de restauração ecossistêmica da Associação Mico-Leão-Dourado que visa recuperar 62 hectares de Mata Atlântica na Reserva Biológica de Poço das Antas e promover a conexão de fragmentos onde sobrevive o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia).
Com 5.052 hectares e gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Rebio de Poço das Antas – primeira unidade de conservação (UC) de reserva biológica – foi criada em 1974 pelo governo brasileiro justamente por conta da situação crítica do hábitat natural dessa espécie. Ela abriga em seus limites o maior remanescente fluminense de floresta ombrófila densa das terras baixas, com um número expressivo de espécies endêmicas e ameaçadas.
Foram estabelecidas no projeto 12 parcelas permanentes com 500 m² de área, cada uma para avaliação de três variáveis: taxas de sobrevivência e mortalidade; área média; e densidade de indivíduos regenerantes. A coleta de dados é feita uma vez por semestre e, para cada coleta, é elaborado um relatório de monitoramento e avaliação.
Durante a coleta de dados também é realizado o monitoramento fotográfico (em pontos fixos e predeterminados) para acompanhar e registrar o desenvolvimento do plantio nas áreas selecionadas.
É relevante destacar que o mico-leão-dourado é uma espécie que ocorre apenas em áreas de Mata Atlântica de baixada do interior do Rio de Janeiro e não em regiões serranas, onde existem florestas mais preservadas.
Luis Paulo Ferraz, secretário-executivo da AMLD – publicação Iniciativas BNDES Mata Atlântica
Da área total original de ocupação do mico-leão-dourado, apenas 2% das florestas permaneceram e, mesmo assim, de forma muito fragmentada, em pequenas ilhas de florestas. Por isso, a restauração florestal desses ambientes é extremamente importante e necessária para salvar a espécie do risco da extinção.
Destaques do projeto, segundo o BNDES:
- Recuperação de áreas degradadas há mais de vinte anos na Reserva Poço das Antas, único hábitat do mico-leão-dourado com conexão de fragmentos.
- Capacitação de trinta pessoas de baixa renda, residentes no entorno, em técnicas de restauração florestal.
- Fortalecimento da cadeia produtiva de mudas e insumos na região.
- Contribuição para a disponibilidade hídrica na bacia do rio São João que abastece a população da Região dos Lagos (RJ) e também abriga a represa Juturnaíba, cuja demanda atual das águas do reservatório é de cerca de 1.600 litros por segundo, destinada a aproximadamente 300 mil residentes de sete municípios.
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