Área degradada pelo fogo está sendo restaurada como parte do projeto de compensação dos impactos da implantação da ferrovia Transnordestina, conforme estabelecido no licenciamento da obra. O plano é recuperar 220 hectares, com apoio do Instituto Ecológico Caatinga.
Mas não tem sido uma tarefa fácil. Devido à falta de conhecimento científico e ao plantio na época e em local inadequados, os primeiros resultados foram insatisfatórios. Na área piloto de 10 hectares, mais de 90% das plantas morreram e a empresa que presta o serviço se viu obrigada a investir em caixas d’água abastecidas por carros-pipa e em longas mangueiras para a irrigação das mudas em meio à aridez.
“Além disso, cada planta precisou ser protegida por cerca de galhos, para evitar o ataque de roedores, como os mocós”, afirma Tiago de Andrade, analista ambiental do projeto. É difícil obter as sementes, plantadas no viveiro instalado na antiga casa de farinha no Assentamento Nova Jerusalém, com mão de obra local. José Crisóstomo Pereira, mateiro habituado ao sertão, é o encarregado da produção: “vamos acelerar o trabalho”. A meta é cultivar nesta etapa 8,3 mil mudas, entre canelas-de-velho, juazeiros e outras tantas, mas o êxito é incerto; dependerá dos métodos aplicados e de como a natureza reagirá à intervenção.
Págian 22, outubro de 2016
Saiba mais
- “A hora e a vez da floresta severina” – reportagem de Sérgio Adeodato na na revista Página 22, 5/10/2016
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