O Instituto Auá de Empreendedorismo Ambiental promove modelos de recuperação da Mata Atlântica que sejam simultaneamente sustentáveis e rentáveis.
“Minha missão é convencer as pessoas de que conservar a Mata Atlântica é o melhor negócio, seja na gastronomia, no turismo, na indústria ou na agricultura.” (…) Em uma ONG convencional, o dinheiro vem de parcerias com governos e empresas, além de doações. Nesse novo modelo, as unidades de negócios próprias se tornam a principal fonte de renda e permitem maior liberdade e longevidade para os projetos. Gabriel vê dois principais problemas no funcionamento tradicional de uma ONG: “Trabalha-se mais a partir daquilo que o financiador quer do que a partir do que nós queremos. E quando o trabalho começa a ficar bom, acaba o financiamento e temos que parar o projeto” (…) Hoje, 30% do orçamento do Instituto Auá é resultado da venda de produtos, 50% de projetos e serviços e 20% dos rendimentos de aplicações financeiras..
Gabriel Menezes, presidente do Instituto Auá, em artigo publicado no Projeto Draft, 2018
Dentre suas principais iniciativas, vale destacar:
Guardiões da Mata Atlântica
Campanha de fomento ao consumo de espécies nativas do bioma produzidos via práticas sustentáveis.
Projeto Semeando Economia Verde na Mata Atlântica
Iniciativa de apoio a mais de 40 produtores rurais paulistas que plantaram pelo menos 50 mil mudas de espécies nativas.
Semeando Biodiversidade no Vale do Paraíba: Unindo Agricultura Familiar e Restauração da Mata Atlântica
Iniciativa que visa promover sistemas agroflorestais, fomentar as cadeias produtivas de espécies nativas e expandir alternativas viáveis e transformadoras para os agricultores da Serra do Mar no Vale do Paraíba. A meta é recuperar 1,5 hectares.
Até meados de 2024 ele já havia promovido o plantio de mais de 10 mil mudas.
Rota do Cambuci
Ela nasceu em 2009 como um roteiro de festivais gastronômicos que aconteciam em cidades do entorno de São Paulo onde havia produção do cambuci, uma fruta nativa da Mata Atlântica que quase entrou em processo de extinção. Para transformar isso em um negócio, o Instituto Auá criou, em 2014, o Arranjo Produtivo do Cambuci, uma espécie de organização dos produtores e processadores do fruto. O resultado foi um salto na produção de sete toneladas, em 2014, para 80 toneladas, em 2018. O número de produtores cresceu de 10 para 100 no mesmo período. A produção, agora, vai além do cambuci e inclui outras frutas nativas da Mata Atlântica, como juçara, uvaia, grumixama, jerivá e butiá. Nesse esquema, o Instituto atua como uma empresa de distribuição.
A gente compra desses produtores para garantir a renda deles durante a safra e colocamos esses produtos no mercado ao longo do ano.
Gabriel Menezes, citado no Projeto Draft
Agência Ecomercado
Ela atua nas áreas de produção, comercialização, microfinanças, realiza oficinas e projetos de capacitação e incubação de ecoempreendimentos, mobilização de parcerias e formação de acordos econômicos sustentáveis. É dividida em cinco unidades de negócios: Empório Mata Atlântica, Armazém Biomas, Box Mata Atlântica, Sabor Nativo e Pomares Mata Atlântica.
O Empório Mata Atlântica é uma marca de produtos que vêm da floresta. É por meio dele que se estabelece a relação do mercado de produtos nativos com o consumidor final. As frutas nativas são congeladas ou transformadas em geleias (18 a 20 reais), cachaças (69 reais), biscoito (7 reais), picolés (6 a 8 reais) etc e entram no catálogo de produtos da marca, vendidos e distribuídos pelo Instituto Auá para restaurantes, chefs e lojas. Já o Armazém Biomas, faz a logística da venda e distribuição dos produtos, não só da Mata Atlântica, mas também de outros biomas. Ele atua comprando e revendendo a mercadoria ou fazendo a representação comercial e recebendo uma comissão sobre a venda. O Sabor Nativo funciona como um serviço de buffet para eventos e oficinas gastronômicas e é uma forma de escoar a produção e dar mais visibilidade aos produtos da Mata Atlântica. Por fim, o Pomares Mata Atlântica é uma metodologia de cultivo consorciado das plantas nativas para garantir a diversidade de espécies e a preservação da biodiversidade. Essa unidade de negócios também prevê a criação de um banco de áreas para que a iniciativa privada possa fazer compensação ambiental, neutralização de carbono ou mesmo ações de responsabilidade socioambiental.
Instituto Auá
Parceria com o Grupo Verde
Realizada em consórcio do Banco do Brasil, ela visa plantar 50 mil árvores nativas e exóticas para implantação de sistemas agroflorestais em áreas de Mata Atlântica em pequenas propriedades rurais nas bacias do Alto Paraíba e do Alto Tietê a partir de novembro de 2021.
Saiba mais
- Instituto Auá
- Youtube
- Como ser um empreendedor Auá
- “Instituto AUÁ lança projeto Pomares da Mata Atlântica para recuperação do Alto Tietê com agroflorestas”– divulgação do Instituto Auá, 21/9/2017
- “Como o Instituto Auá está fazendo a transição para o status de negócio social – sem deixar de ser ONG” – artigo de Maisa Infante no Projeto Draft, 7/5/2018
- “Grupo Verde planta mudas de espécies nativas da Mata Atlântica” – Fundação Banco do Brasil, 5/11/2021
- “Negócios com frutos do bioma podem fazer mata atlântica avançar no projeto desmatamento zero” – Terra, 20/9/2023
- “Semeando Biodiversidade no Vale do Paraíba: Unindo Agricultura Familiar e Restauração da Mata Atlântica” – Instituto Auá, 25/8/2023
- “Selo incentiva a utilização de frutos nativos da Mata Atlântica por empresas” – Juliana Carreiro, O Estado de S. Paulo E+ blogs, 29/4/2024
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