Ernst Götsch

Criador do conceito de agricultura sintrópica, que promove a cooperação entre espécies, o suíço chegou ao sul da Bahia no começo dos anos 80, quando adquiriu uma propriedade totalmente degradada por extração de madeira e conversão em pastagens. Hoje a Fazenda Olhos D’Água é referência internacional em sistemas agroflorestais e produz uma grande variedade de frutas, madeiras nobres e cacau de alta qualidade.

Em um ano, plantou 500 hectares de florestas entremeadas com cacau, banana, hortaliças. Uma década depois, técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Salvador se surpreenderam ao ver imagens aéreas da região e foram até lá entender o que acontecia nas terras do gringo, como ele é conhecido. Do alto, o que se via era uma floresta densa, que escondia uma área agrícola altamente produtiva.

O sistema adotado por ele, batizado depois de agricultura sintrópica, regenerou a fertilidade do solo, reavivou as nascentes que tinham desaparecido e trouxe a chuva de volta, gerando um ciclo contínuo de renovação. Como isso foi feito? “Trabalhando junto com a natureza e não contra ela”, responde Ernst. “Com estratégias que se parecem com o modo de funcionar dos ecossistemas naturais.”

Believe Earth

Uma pupunheira atrai uma multidão de pássaros japus à entrada de uma fazenda em Piraí do Norte, no sul da Bahia. Ela foi a primeira da temporada a produzir um dos frutos mais apreciados pelo dono da propriedade, mas mesmo assim ele decidiu deixá-los para os pássaros.

“Não tenho coragem de tirar”, conta o suíço Ernst Götsch, de 73 anos, os últimos 40 naquele pedaço de chão. “Aqui cada pássaro é meu sócio”, completa.

A cena diz algo sobre a filosofia que tornou Götsch uma referência para muitos agricultores brasileiros.

BBC Brasil , novembro de 2021

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Imagens: 

Localização:

Fazenda Olhos d'Água, Piraí do Norte/BA

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