Iniciativa lançada em abril de 2022 por uma parceria da ONG Apremavi com o grupo Tetra Pak, do setor de embalagens. Ela visa testar um novo modelo de restauração ecológica numa área piloto de 87 hectares da Fazenda Santa Bárbara, em Uribici/SC. Na primeira fase, encerrada em agosto do mesmo ano, foram testados diferentes métodos de restauração: o plantio de mudas em área total, em 28,49 hectares, o enriquecimento ecológico, em 9,23 hectares, e a condução da regeneração natural, em 49,44 hectares. Foram plantadas 38 mil mudas nativas de espécies nobres, pioneiras e frutíferas.
Nas condições encontradas na propriedade piloto, uma pessoa consegue plantar em média 100 mudas por dia. É importante destacar que para que o terreno esteja em condições para o plantio das mudas, é necessário fazer coroamento, abertura dos berços, colocação de adubo, hidrogel e estacas. No período do plantio das mudas houve ocorrência de períodos de chuvas, geadas e até neve, fatores que dificultaram o trabalho e atrasaram o cronograma de implementação em aproximadamente 60 dias.
Apremavi, outubro de 2022
Os modelos testados serão replicados ao longo de dez anos em uma área total de 7 mil hectares de Mata Atlântica distribuídos pelos estados de Santa Catarina e Paraná. Os proprietários rurais que participarem poderão receber pagamento por serviços ambientais e geração de renda pela comercialização do pinhão.
O projeto tem um segundo objetivo: estudar, mapear e identificar áreas prioritárias para restauração em Santa Catarina, no Paraná e em parte de São Paulo, numa área total de 13,7 milhões de hectares.
A ideia é formar uma teia com corredores de biodiversidade, áreas de propriedades rurais contíguas que facilitem o desenvolvimento das espécies que vivem nas cercanias do Parque Nacional São Joaquim, em SC. Assim se espera reduzir o risco de desaparecimento de plantas e de animais ameaçados de extinção como a gralha-azul, o papagaio-do-peito-roxo, o papagaio-charão, o veado-campeiro e o gato-do-mato-pequeno.
Ecoa/UOL, maio de 2022
“Entre as metodologias propostas estão o plantio de mudas nativas, o enriquecimento ecológico de florestas secundárias e a condução da regeneração natural”, complementa Miriam Prochnow, conselheira e co-fundadora da Apremavi.
Apremavi, abril de 2022
O projeto tem potencial de sequestrar 70 mil toneladas de carbono equivalente ao ano. A Tetra Pak fará a certificação das áreas restauradas para obtenção dos créditos. Parte deles será utilizada para compensar as emissões de suas próprias atividades e parte será adquirida por outras empresas, com a mesma finalidade.
No médio e longo prazos, o projeto pretende gerar benefícios sociais e econômicos à região, com o apoio aos proprietários rurais parceiros na adequação de suas propriedades à legislação ambiental. Além disso, haverá a oportunidade de diversificação de renda por meio do Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais vinculado a créditos de carbono, algo inédito no país. […] A iniciativa terá o acompanhamento da Conservation International (CI), da The Nature Conservancy Brasil (TNC) e da Klabin, fornecedora de matéria prima da Tetra Pak e parceira de longa data da Apremavi nos Programas Matas Legais e Matas Sociais.
Apremavi, abril de 2020
Saiba mais
- “Tetra Pak e Apremavi lançam parceria pela restauração da Floresta com Araucárias” – Apremavi, 19/4/2022
- “Araucárias da Tetra Pak vão reviver área da Mata Atlântica” – artigo de Daniela Chiaretti no Valor Econômico, 19/4/2022
- “Conservador das Araucárias cria teia biodiversa na Mata Atlântica” – artigo de Mara Gama no portal Ecoa/UOL, 5/5/2022
- “Atividades de implantação da restauração na área piloto do Conservador das Araucárias são finalizadas” – Apremavi, 6/10/2022
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