A implantação do projeto impôs a restauração de 2 mil hectares ao longo dos canais projetados para levar água até regiões secas do Nordeste. A obra promoveu a derrubada em uma faixa de 280 Km².
Pesquisadores do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA), da Universidade Federal do Vale do São Francisco, começaram a trabalhar na recomposição da vegetação nativa nas margens dos canais em 2014.
É o maior esforço de recuperação já planejado na Caatinga. Para evitar erros e a perda de plantas, os pesquisadores fizeram testes para identificar as espécies mais propícias, existentes em toda a região cortada pelos canais da transposição, o que facilitaria a coleta de sementes na escala necessária à restauração. De uma lista contendo 70 espécies, três plantas rasteiras foram selecionadas para o início do trabalho: o mata-pasto, a erva-de-touro e a Raphiodon, capazes de cobrir o solo e posteriormente favorecer o crescimento das árvores. “Foi preciso criar um sistema de alta escala, barato e eficiente, com base em diferentes modelos de plantio, conforme as condições das áreas”, explica Renato Garcia, diretor do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema), que funciona no campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE).
Página 22, outubro de 2016
“Em nosso primeiro monitoramento, em maio de 2017, a maior parte das áreas onde interviemos tinha cobertura do solo inferior a 10%. Após dois anos, a maioria tinha cobertura superior a 50%. Além disso, mais de 80% das mudas que plantamos sobreviveram”, diz o coordenador do projeto, Renato Garcia Rodrigues, da Univasf.
O projeto também resgatou 270 mil plantas da Caatinga na área que seria escavada para construção dos canais, de acordo com o ministério. Cerca de 14,2 toneladas de sementes de espécies nativas da caatinga foram coletadas e, deste total, 4 toneladas foram semeadas para recuperação do solo nas áreas do empreendimento e mais 5 toneladas serão até janeiro de 2020. Aproximadamente 40 mil mudas de árvores nativas já foram plantadas e outras 68,7 mil serão plantadas até março de 2020.
G1/Rede Globo – dezembro de 2019
Diversas organizações participaram da empreitada, inclusive a Embrapa.
Saiba mais
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- “Com mais de 90% da transposição concluída, impactos ambientais no Rio São Francisco ainda são incertos” – reportagem de Filipe Domigues, 21/12/2019
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