Cacau Floresta

Iniciativa da TNC lançada em 2012 e derivada do projeto Cacau Mais Sustentável. Em parceria com empresas privadas, associações locais e o programa britânico Partnerships for Forests (P4F), a TNC incentiva pequenos produtores e pecuaristas a recuperarem áreas degradadas ou improdutivas com o plantio de cacau consorciado com outras espécies florestais. Ela também visa influenciar  indústria de cacau do Pará, apresentando exemplos baseados em campo de cacau cultivados de forma sustentável. A TNC estima que a cultura do cacau poderia restaurar 130 mil hectares de terras degradadas no estado.

Até 2024 o projeto atendeu 600 famílias em oito municípios paraenses, que produziram mais de 2 toneladas de cacau.

mais de 1 mil hectares passaram por restauração ecológica e cerca de 2 mil hectares de pastagens degradadas foram convertidos em sistemas agroflorestas (SAFs) utilizando uma espécie nativa da Amazônia: o cacau.

Pará Terra Boa, fevereiro de 2024

Pelo arranjo produtivo proposto, estimula-se a combinação de safras de ciclo curto (como milho, mandioca e banana, que fornecem renda rápida ao produtor rural) com espécies arbóreas nativas e com potencial comercial, como andiroba, mogno, cumaru e cedro. As espécies arbóreas garantem sombra para o cacau, carro-chefe no sistema agroflorestal. A implantação de sistemas agroflorestais beneficia pequenos produtores rurais a diversificar a produção local, que ainda é dependente da pecuária.

Felipe Faria, da P4F, na revista Globo Rural, janeiro de 2022

A TNC também oferece apoio para que os produtores busquem acesso às linhas do Pronaf ofertadas pelo Banco da Amazônia, como o Pronaf Mulher, o Pronaf Floresta e o Pronaf Eco.

A partir de estudo do BASA, desenvolvido por técnicos, parceiros e comunitários, identificou-se os gargalos que limitavam o pedido de crédito por pequenos produtores rurais para a implantação de sistemas agroflorestais no Pará. O banco é o maior financiador da agricultura familiar na Amazônia. A proposta foi levada ao governo federal. Em junho de 2019, uma resolução do Ministério da Fazenda mudou as normas de acesso às linhas de crédito do Pronaf, permitindo que pequenos produtores rurais acessassem crédito para investir em sistemas agroflorestais exclusivamente na Amazônia.

Em fevereiro de 2020, veio o primeiro grande resultado. A agência local do BASA no município de Tucumã efetivou a primeira liberação inédita de R$ 400 mil em crédito rural para sistema agroflorestal consorciado com cacau. A liberação inédita do crédito rural foi determinante para que, em março de 2020, a TNC, o governo do estado do Pará e o BASA assinassem um memorando de entendimento para que sistemas agroflorestais consorciados com cacau fossem parte da estratégia adotada para promover regionalmente a economia verde. Até o momento, o projeto Cacau Floresta ajudou a viabilizar mais de R$ 1,6 milhão em crédito rural para pequenos produtores rurais na Amazônia.

Felipe Faria, da P4F, na revista Globo Rural, janeiro de 2022

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Localização:

São Félix do Xingu e Tucumã/PA