Projeto Alfa

A iniciativa, concebida pelo BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG), com apoio da Conservação Internacional, tem a ambição de ser o maior projeto de restauração do Cerrado já realizado. Ele propõe um modelo que mescla silvicultura para produção de madeira certificada e a restauração de uma área de Cerrado contígua. O seu projeto piloto está sendo desenvolvido numa área de 9 mil hectares no Mato Grosso do Sul, mas o objetivo do grupo é expandir o modelo com um investimento de US$ 1 bilhão num total de 275 mil hectares de áreas degradadas no Brasil, no Chile e no Uruguai.

Metade da terra adquirida pelo TIG será conservada ou restaurada e metade será plantada com espécies comerciais, sobretudo o eucalipto. A meta final é capturar 32 milhões de toneladas de carbono ao longo de 15 anos.

“É fácil fazer um julgamento rápido sobre o plantio de espécies exóticas em qualquer lugar fora de sua área de distribuição, como o eucalipto da Austrália”, disse [Will] Turner, cientista da Conservação Internacional. “Mas não é por meio de um julgamento precipitado que resolveremos as mudanças climáticas e salvaremos a biodiversidade. Precisamos testar o que realmente funciona. Esse é um compromisso muito sério para melhorar a maneira como gerenciamos a natureza em propriedades privadas.” […]

A área de restauração se estende a partir de um fragmento de floresta do Cerrado existente e segue o curso da bacia hidrográfica. Aqui, a floresta está se regenerando naturalmente, se fechando à medida que as espécies nativas recuperam gradualmente a terra. A vegetação é persistente, com camadas de flores aparecendo em meio ao capim braquiária amarelado, que ainda domina a paisagem mais ampla. […]

“Estamos sendo muito cuidadosos para garantir a proteção das áreas superiores da bacia hidrográfica”, disse [Miguel] Moraes, [ecologista de plantas da Conservação Internacional,] apontando para um corredor de Cerrado em rápida regeneração. “Por lei, esse rio deve ter uma zona de amortecimento de 30 metros de vegetação natural em ambos os lados, para evitar o escoamento. Em vez disso, estamos instalando tampões de 200 metros de cada lado, 400 metros de ponta a ponta – quatro campos de futebol.” 

Conservação Internacional, dezembro de 2023

Em meados de 2024 a iniciativa obteve um financiamento de US$ 50 milhões do governo dos Estados Unidos, por meio de seu mecanismo de desenvolvimento para países emergentes, o DFC (U.S. International Development Finance Corporation), anunciou um acordo de financiamento de US$ 50 milhões (R$ 278 milhões).

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Localização:

Mato Grosso do Sul