O agricultor trabalha, desde 2012, na recuperação de um terreno de cinco hectares completamente degradado por queimadas, em uma área em declive e de baixíssima pluviosidade. Na época, apenas alguns umbuzeiros remanescentes resistiam.
Em vez de criar bois ou colocar fogo e arar a terra para a produção, como faziam seus vizinhos, ele desejava ver uma floresta nativa no chão seco. Ali, cresceriam xique-xique, mandacaru, facheiro e cactos que sabiam como viver com pouca água. Além disso, iria cultivar a palma, a babosa e as avermelhadas e exuberantes pitaias.
Ecoa/UOL, setembro de 2021
Ali, Marcelo construiu um sistema agroflorestal complexo – uma experiência rara no semiárido.
Na escola em que dava aula, Marcelo ensinava sobre plantas medicinais, como o mulungu, e frutas como o umbu e o fruto do xique-xique. “Eu me impressionei como, mesmo na seca, elas sobreviviam”, diz. Então, teve a ideia de plantar espécies da Caatinga e restaurar o terreno degradado com plantas medicinais, frutos e legumes do bioma que lentamente vinham desaparecendo das plantações ao redor. Começou com umbuzeiros, maracujá da Caatinga, uva do mato.
Cercou o terreno com cactos como o xique-xique e o mandacaru. “Ao contrário do que pensam, os cactos dão frutos deliciosos”, diz. Plantou uma árvore de amburana e reservou espaço para a babosa, a palma, a abóbora.
Ecoa/UOL, setembro de 2021
Saiba mais
- “Punk na Caatinga” – artigo de Marcos Candido no portal Ecoa/UOL, 30/9/2021
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- coroa-de-frade fotografada por Andre Estima
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