Adele Santelli conta as histórias da a geofísica Renata Libonati e das biólogas Camila Prado Motta e Gislaine Disconzi, na ponta da pesquisa sobre conservação e restauração da savana mais biodiversa do mundo.
Baseada no conhecimento tradicional indígena, a técnica da muvuca foi desenvolvida pelo Instituto Socioambiental e Rede de Sementes do Xingu há mais de duas décadas. Antes focada na transição entre Amazônia e Cerrado, sobretudo para espécies arbóreas, a prática foi adotada em ecossistemas exclusivamente de Cerrado por pesquisadores do ICMBio, Universidade de Brasília e Embrapa em 2012. Mas como o bioma é, na verdade, um mosaico de vegetações com várias espécies gramíneas, a restauração é ainda mais desafiadora. Por isso, durante muito tempo, não se sabia se a muvuca funcionaria para o Cerrado.
“Hoje a gente sabe que é possível, sim”, diz [Camila Prado] Motta. “Mas ainda temos que descobrir como fazer a restauração em diferentes condições, por isso a pesquisa continua.” A aposta foi certeira, especialmente se levada em conta a atual técnica padrão de restauração do bioma, baseada no plantio de mudas. “Quando plantamos mudas, estamos plantando só árvores, não estamos fazendo um Cerrado, mas um bosque.”
Leia na íntegra: National Geographic Brasil, 28/11/2021