Cerca de 24 famílias adotaram uma estratégia de ampla experimentação que levou à integração da produção agrícola ao manejo da Caatinga.
As práticas de manejo na Caatinga foram raleamento em faixas, plantio de espécies nativas arbustivas e arbóreas com finalidade de produção apícola e de criação de caprinos e ovinos, e regeneração da vegetação nativa. […]
“O assentamento hoje é uma Associação dos Posseiros do Assentamenti Moaci Lucena. Com a troca de experiências, a gente descobriu que existiam vários fatores que podiam ser transformados em fontes de renda. A principal delas na questão ambiental foi mudar o manejo da Caatinga. Deixar de desmatar e aprender a conviver dentro da mata, fazendo raleamento e rebaixamento e trabalhando essa área também com a cultura de sequeiro – milho, feijão, algodão, gergelim, sorgo…”, conta o assentado José Holanda de Morais.
As técnicas de manejo da Caatinga proporcionam às famílias o aumento da disponibilidade de forragem para os animais, aumento da produção animal, melhoria do solo, preservação das espécies nativas, incremento da renda familiar através da caprinocultura leiteira e de corte e da apicultura. Além disso tudo, as famílias beneficiavam a produção de frutas nativas, produzindo polpas de frutas para consumo próprio e comercialização.
Talentos do Semiárido.
Os resultados do levantamento fitossociológico mostraram que também é possível utilizar a semeadura direta em região de Caatinga, principalmente, em áreas de assentamentos rurais onde há disponibilidade de grandes quantidades de sementes nas áreas de reservas legais. Por meio da técnica agroflorestal é possível restaurar uma área degradada pela agricultura, desde que haja um comprometimento dos atores envolvidos no processo, especialmente o agricultor e a assistência técnica.
“Áreas degradadas no semiárido potiguar: avaliação da restauração ecológica na agricultura familiar Apodi-RN”
De acordo com o Sr. Irapuã Ângelo, percebe-se que a restauração de um ambiente degradado, aliado ao manejo e agroecologia, pode trazer benefícios sociais e econômicos para as propriedades rurais de agricultores familiares, proporcionando melhorias na qualidade de vida. Uma ressalva do agricultor é referente a indisponibilidade de crédito dos órgãos financiadores para restauração de outras áreas do assentamento, que segundo ele, o órgão financiador oferece empréstimo apenas desmatar e não para restaurar a vegetação de Caatinga
Saiba mais
- Talentos do Semiárido
- “A Agroecologia nos assentamentos de Moaci Lucena, Sítio do Góis e Vila nova em Apodi – RN” – artigo de Belchior Luiz Dantas, João Liberalino Filho, José Flaviano Barbosa de Lira, Patrício Borges Maracajá e Edimar Teixeira Diniz Filho, publicado no Informativo Técnico do Semiárido – Grupo Verde de Agricultura Alternativa, em 2007
- “Áreas degradadas no semiárido potiguar: avaliação da restauração ecológica na agricultura familiar Apodi-RN” – artigo de Ramiro Valera Canacho, José Laércio Bezerra Medeiros e Francisco Mesquita da Oliveira, apresentando no I Congresso Internacional da Diversidade do Semiárido
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