Apesar desses grandes benefícios, é comum que a restauração seja percebida como um custo e não um investimento. Um estudo produzido pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e publicado na revista Nature Ecology & Evolution no final do ano passado procurou avaliar se é possível equilibrar os custos com os benefícios, fazendo com que os projetos de restauração possam ser aplicados com o melhor custo-benefício possível para produtores rurais e para a sociedade.
O estudo avaliou a região da Mata Atlântica e considerou como custo os gastos necessários para implantação e manutenção de áreas restauradas, além do custo de oportunidade. Para os benefícios ecológicos, analisa a questão da biodiversidade, como quantas espécies podem ser protegidas em áreas restauradas, e a questão climática, com cálculos de quantos gases de efeito estufa as árvores restauradas conseguem retirar da atmosfera.
O trabalho concluiu que se os produtores fizerem apenas o mínimo necessário definido no Código Florestal, como a restauração de áreas de Reserva Legal e Áreas de Proteção Permanente (APP), e atuarem cada um por si, sem cooperação e sem priorização de áreas, teremos como resultado uma restauração mais cara e com menos benefícios ecológicos. Porém, se a priorização de áreas para restauração buscar um meio termo, é possível encontrar um cenário em que o custo e o benefício da restauração sejam equilibrados. Nesse cenário, com produtores cooperando e com a restauração focada em áreas prioritárias, a recuperação da Mata Atlântica seria 57% mais barata, resultando na proteção de 257% mais espécies e sequestrando 105% mais carbono.
Saiba mais: Artigo publicado pelo WRI